Agradecendo à digníssima escritora e jornalista, Elizabeth Misciasci (Imprensa Revista Zap) a oferta do lindos Poster e a publicação dos dois poemas no seu prestigiado
WEB SITE :
HOJE COMO ONTEM…
Carmo Vasconcelos
Hoje os rios correm vermelhados de vergonha,
Plúmbeos os céus, envergam traje de ímpar dor,
Na atmosfera gaseifica-se o estertor,
Poeira de sangue sem limite que se oponha.
É uma barbárie turbulenta que regressa,
A insanidade da feroz Roma de Nero,
A arena ignóbil do bestial exemplo fero,
A demoníaca loucura, vã, pregressa.
Qual a que à morte condenou natos varões,
Pra aniquilar a voz do Cristo Redentor,
Chegado ao Mundo pra pregar a paz e o amor,
Mote enjeitado por Herodes e vilões.
A mesma que, ímpia, conduziu à Inquisição,
Injustamente, os desafectos, fés avessas,
E fez rolar na guilhotina essas cabeças,
Sem vacilar um só momento em compaixão.
Hoje, motivos e razões bem divergentes,
Vestem a Guerra igual, no sangue mergulhada,
E capitula a Paz, às mãos da malfadada
Carnificina que dizima os inocentes.
Novo Dilúvio venha à Terra! E que extermine
Os vis demónios que a ambição trazem aos pés,
E nos devolva o Mundo, tal o que Deus fez,
Um Mundo Novo que a violência recrimine!
***

AURAS
Por: *Carmo Vasconcelos
No imponderável nada da asa caída,
a aura do voo castrado.
Essa diáfana e mística aura,
em tudo permanecente;
até no vazio duma flor decepada,
na lacuna dum membro amputado.
Similarmente, e à revelia da vontade,
essa luminescência etérea,
emana, ainda, do sonho golpeado.
Ela bordeja, sutil, mas latente,
o vácuo inesperado
da ilusão que se extinguiu.
Incómoda vidência do oculto,
quando essa radiância esmaecida
cresce em vulto e cor,
na reavivada percepção da coisa nula!
Perene emanação do idílio que se foi
e não era pra ter ido…
Apartado, destruído!
***
Lisboa/Portugal
Direitos Autorais Reservados a Autora Carmo Vasconcelos
Directora Cultural da Revista eisFluências
Da Redação Revista zaP!
01/Agosto/2010